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Lançado livro São Paulo deve ser destruída sobre a Revolução de 1924 em São Paulo.

Foto:  Douglas Mansur- Celeiro da Memória

A Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, foi palco, no último dia 16 de abril, do lançamento do livro São Paulo deve ser destruída – a história do bombardeio à capital na Revolta de 1924 (Ed. Record), do jornalista e historiador Moacir Assunção. A obra, que conta com apresentação do jornalista e escritor Domingos Meirelles, retrata a Revolução Tenentista sob o prisma das pessoas comuns, que sofreram o bombardeio, e é fruto da dissertação de mestrado do autor na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 
 Douglas Mansur- Celeiro da Memória
Ao contrário da maioria das obras sobre o tema, o livro, de 280 páginas, não trata dos líderes civis e militares do levante, mas dos cidadãos comuns, boa parte imigrantes italianos, brasileiros pobres, alemães e pessoas de outras nacionalidades que compõem boa parte das 504 vítimas fatais do episódio. “Fiz questão de oferecer a possibilidade dessas pessoas se manifestarem, já que elas foram as vítimas principais da revolta”, diz o autor. Assunção buscou estes personagens em vários arquivos pelo Brasil, como o Arquivo Histórico do Exército, no Rio de Janeiro, o Arquivo Público Mineiro, em Belo Horizonte, o Arquivo Edgar Leuenroth, em Campinas, e no próprio Arquivo Público de São Paulo, mas acabou encontrando-os no Arquivo da Cúria Metropolitana, no Ipiranga, em São Paulo. 
A razão disso é que o arcebispo metropolitano de São Paulo em 1924, D. Duarte Leopoldo e Silva, foi indicado pelo governo estadual presidente da Comissão de Auxílio às Vítimas Pobres da Rebeldia, que estipulava indenizações para as pessoas que tivessem perdido parentes e bens durante a revolta. Assim, a Cúria foi a depositária de cartas das próprias vítimas que sobreviveram ou de parentes e prepostos que contaram, em primeira pessoa, suas histórias à Igreja, em busca de indenizações. Esse é um material inédito, que jamais havia sido divulgado em qualquer outra obra. Além disso, o livro traz entrevistas com vários personagens, como Yuri Abyaza Costa, pesquisador do assunto e neto de Miguel Costa, José Ribeiro, cujo pai lutou como soldado na Revolução, e Álvaro de Oliveira Valle, que também participou do levante na condição de soldado da Força Pública.  Outro tema tratado no
 Douglas Mansur- Celeiro da Memória
livro é uma discussão jurídica sobre a legislação da época e o bombardeio terrificante, na qual o autor chega à conclusão de que, também sob o prisma da lei, houve um hediondo crime de guerra em São Paulo, cometido pelo presidente de então, Arthur Bernardes, contra a população paulistana, um panorama político da época, e as tentativas de negociação. O autor ainda explica as razões do Exército para bombardear a cidade – ligadas à lembrança de outros conflitos internos, casos de Canudos e do Contestado – em que as Forças Armadas enfrentaram enormes dificuldades para conter sertanejos mal armados e municiados – e a dura repressão aos envolvidos e supostamente envolvidos na revolta.
Haverá outros lançamentos, na Biblioteca Mário de Andrade, na Livraria da Vila do Shopping Higienópolis, em Campinas, Santos e Guarulhos, entre outros locais, e todos serão avisados. Assunção, jornalista de formação, com passagens pelos jornais O Estado de S.Paulo, Diário Popular e
Foto: Das Dores Almeida/divulgação
Jornal de Brasília, também é professor da Universidade São Judas Tadeu (USJT) e autor de vários outros livros de cunho histórico como Os homens que mataram o facínora – a história dos grandes inimigos de Lampião (Record), finalista do Prêmio Jabuti edição de 2008, Nem heróis nem vilões (Record), sobre a Guerra do Paraguai, Luiz Carlos Prestes, um revolucionário brasileiro (Lazuli) e Ficha Limpa, a lei da cidadania (Realejo).

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