Saiba porque o general Miguel Costa recebeu a espada de ouro

yuri abyaza costa
A espada de ouro do General Miguel Costa

Pronunciado pelo Sr. Capitão Edgar Pereira Armond na seda da Liga de Esportes, no dia 24 de Outubro de 1931, primeiro aniversário do triunfo da Revolução nacional, no ato de entrega ao Exmo Sr. General Miguel Costa de uma espada de ouro, homenagem da oficialidade da Força Pública Paulista.

Senhores membros e representantes dos poderes públicos do Estado.
Senhores Oficiais generais do Exército e da Marinha.
Senhores oficiais e meus senhores.
Me permitirá o sr. Contra almirante Gomes que me desembarace, por uns momentos, de minha qualidade de oficial as suas ordens, para cumprir uma outra missão, para mim de igual forma grata e honrosa, qual seja a de saudar o general comandante da minha corporação.

Senhor General Miguel Costa

Como interprete, aliás, pequeno e obscuro, dos meus camaradas da Força Pública do Estado, tenho a honra de vos dirigir a palavra.

Ainda há poucos dias, quando foi vosso regresso da Capital Federal, onde fostes colaborar na solução de problemas políticos de relevante interesse para São Paulo, recebestes de nós manifestação tão expressiva, grandiosa, tão profunda de sinceridade, que jamais chefe algum de nós a recebeu semelhante.
O pedido que se vos fez, de permanecerdes a testa do comando da corporação, não se sabe dizer se melhor expressou nossa amizade por vós, se nossa confiança absoluta.
Pois hoje, poucos dias decorridos, eis que mais uma vez nos reunimos aqui, General, para vos homenagear.
Tão altos e peregrinos avultam, neste momento, vossos méritos e porque sobre nós em grande parte se refletem, que nos corre o dever, indeclinável, de dar-lhes molde condigno, na moldura clara do nosso afeto e da nossa admirada reverência.
O ponto de vista transcendente em que nestes últimos dias vos colocastes, relativamente a marcha da política nacional,  mais uma vez afirmando a sinceridade de vosso desprendimento pessoal e assegurando ao honrado governo da República uma solidariedade irrestrita, incondicional, no objeto de uma concórdia e de uma tranquilidade públicas, que todos sabemos indispensáveis ao soerguimento das energias vitais da nação, essa atitude da um novo relevo, mais alto e expressivo, de impressionante nobreza; a vossa inconfundível personalidade, marcada e forte, de soldado e de cidadão de acendrado civismo.
A Força Pública de São Paulo, General, com esta homenagem visa, duma parte agradecer-vos tudo o quanto, em uma no de tormentosos trabalhos, como Secretário e como Comandante Geral, tendes feito em seu benefício; doutra parte, na transcorrência desta data histórica, que muito cara deve ser ao sentimento patriótico de V. Exª, quer oferecer ao seu chefe uma modesta lembrança que corporifique a admiração profunda, o respeito e a simpatia extrema que lhe dedica.
Nós sempre fomos amigos; mas, de outubro a esta parte é que esse sentimento melhor se tem revelado.
O que tendes feito são serviços tais que nunca, jamais, se poderão apagar da memória da corporação.
Em outubro afastastes pelo vosso prestígio a má vontade de quantos, mal informados a nosso respeito, julgavam erradamente de nossa atitude estoica, sacrificando-nos, como nos sacrificamos, ingloriamente, no potro da maledicência pública, por amor a São Paulo, por amor a ordem e a força do imperativo ingrato do nosso dever militar.
Mas essa contingência nós a suportamos em atenção, além do mais, ao nosso passado heroico de tropa disciplinada, leal e intransigente na sua fidelidade.
Aos nossos batalhões que defenderam Itararé publicamente fizestes justiça a sua bravura indômita e ao seu espírito de sacrifícios nobre e altivo.
Ao entrardes na Capital, como chefe das forças revolucionárias, armado de todo poder, nem ao de leve permitistes que o orgulho do vencedor empanasse, por momento sequer, o brilho de vossa modéstia comovedora; manifestaste-nos todas as prerrogativas, todos os direitos, e a nossa dignidade militar em toda sua amplitude.
Na vida tranquila da caserna, como em plena luta; no exílio como na glória do triunfo, tendes sido sempre, inalteravelmente, o companheiro solicito e desvelado que a mão do destino marcou com o selo indelével da nobreza, da lealdade, da constância e da mais pura gama de sentimentos cívicos.
Vós bem sabeis General o quanto de esforços temos despendido, desde 1831 para elevarmos a Força Pública a um nível matéria e moral que estivesse a altura das necessidades e da grandeza do Estado de São Paulo.
As administrações que se tem sucedido nos comandos, uma após outras, animadas todas da mesma vontade forte, tem perseverado nos mesmos pontos de vista e cada uma que passa acrescenta uma pedra e a justapõe a obra secular do nosso engrandecimento.
Gerações sobre gerações, de oficiais e de soldados, todos tem palmilhado a mesma estrada, larga e arejada, de espirações elevadas, dignas e honestas, olhos postos no alvo luminoso do trabalho intenso e diuturno pela causa comum de São Paulo e do Brasil.
Esse labor intenso, de tantos anos, se é verdade que já somava resultados brilhantes, ultrapassantes mesmo do ambiente, por si próprio extenso de nossas atividades regionais, nem por isso, todavia, estava chegado a termo.
Muita coisa era mister ainda conquistar, muita coisa a aperfeiçoar, em todos os ramos de nossa vida profissional, para que se pudesse atingir o limite imposto pelo nosso desejo, nos moldes do mais desinteressado patriotismo.
E vós fostes, General, no período curtíssimo de um ano, um dos aliados mais poderosos que temos tido, para a consecução desses objetivos, um dos fatores mais preciosos da realização dessas conquistas.
A partir do momento em que assumistes a chefia da Segurança, no governo do honrado coronel João Alberto, os atos acertados se sucederam rápidos, eloquentes e expressivos por si mesmos.
- operastes a reorganização da Força Pública dividindo-a em batalhões de caçadores, com a criação de unidades novas, o que veio aumentar sua eficiência e sua elasticidade de manobra.
- promoveste s a organização do Estado Maior, uma das velhas aspirações da classe, dando-lhe uma unidade cerebral diretora e preenchendo assim uma das maiores lacunas de que se ressentia nossa organização militar.
- Instalastes o Quartel General, em um prédio amplo, moderno, higiênico e confortável, dando assim a administração central da corporação sede condigna.
- Realiastes, sem ônus algum para o Estado, mas unicamente graças a vossa capacidade administrativa, a equiparação de nossos vencimentos aos do glorioso Exército Nacional, de forma a colocar a Força Pública ao nível de outras corporações similares do País que, de há muito, usufruem desse benefício.
- Melhorastes consideravelmente nossa lei de reformas, permitindo a renovação mais rápida dos quadros, (o que é um estímulo poderoso ao trabalho,) e o afastamento para a vida civil com mais tranquilidade, decência e conforto.
- Reorganizastes o Centro de Instrução Militar, para que, dessa forma, melhor se venham a realizar a educação e a cultura profissionais dos quadros e da tropa.
- Levastes por diante a fundação da Liga de Esportes da Força Pública e do Clube Militar, organismos estes que visam desenvolver e sistematizar entre nós a educação física, bem como permitir que se processe uma mais íntima aproximação e para que laços de solidariedade mais estreitos se estabeleçam entre todos os elementos da corporação.
- Patrocinastes a reorganização da Biblioteca que se transformando em instituição especializada, ganha aspecto de utilidade real, além de melhor satisfazer as necessidades coletivas, dos pontos de vista técnico e educacional.
- remodelastes e ampliastes a Tipografia do Quartel General, em moldes de grande eficiência moderna, departamento este que já agora se encontra aparelhado para fazer face a todo serviço da Força, mesmo os de maior envergadura, como seja por exemplo a edição de obras técnicas, além da vantagem apreciável de poder também atender aos serviços de que necessitem os demais departamentos administrativos do Estado.
- Voltando vossas vistas para a situação das praças invalidas por tuberculose, cujo sofrimento físico avultava a vista de nossa impotência em minorá-los, mandastes criar o Ambulatório, destinado ao diagnóstico e tratamento dos casos insipientes, bem como a orientação científica da profilaxia do mal.
- Afora esse posto preliminar, determinastes a criação da Enfermaria, em um dos pavilhões do Hospital Militar, na qual de agora em diante se agasalharão e, em muitos casos se curarão esses infelizes companheiros, vitimados quase sempre por carência de recursos e conforto físico no duro labor do serviço público policial.
- Além do que já está realizado, que não é tudo, mas já representa um grande esforço humanitário, mandastes fazer os estudos do hospital propriamente dito para os tuberculosos da Força, a erigir-se em breve tempo nos arredores desta Capital, possivelmente na invernada do Barro Branco.
- Verdadeiramente empenhado nesse sentido, o que muito bem revela vossa natural bondade e para que a obra não se detivesse por falta de recursos materiais, conseguistes economizar de verbas orçamentárias a quantia vultuosa de 250 contos de reis destinada a construção, importância essa já recolhida a tesouraria do Quartel General.
- Concedeste-nos ainda diversas vantagens tendentes a melhorar a contagem do tempo de serviço público, como sejam a averbação dos serviços prestados durante a epidemia de gripe de 1918 e em dobro o período de licença de seis meses a que se refere a lei correspondente.
- E do programa administrativo que tendes por objeto realizar, como o declarastes ainda há poucos dias, constam: a fundação de colônias militares em fazendas do Estado, para a localização de famílias de praças reformados, cujo soldo, por exíguo, não permite a vida em centros populosos; a construção de quartéis higiênicos e modernos (o que para nós é uma necessidade de todos os dias) a regulamentação da nossa justiça militar, com foro próprio e recurso de apelação para instância superior de julgamento, de forma a que o direito melhor seja reconhecido, a vida pública mais garantida, a defesa individual melhor assegurada.
- Do ponto de vista moral, que, sobretudo importa a vida coletiva da corporação, fixastes precedentes de liberdade, de independência, de tolerância e de dignidade profissional, fatos estes que de muito vieram a elevar a mentalidade e a moralidade da classe.
- Com a visão perfeita do administrador inteligente e arguto, operastes pela descentralização do trabalho, distribuístes justiça pelo forte como pelo fraco, socorrestes as velhas aspirações da classe que por efeito do sopro de liberdade que o movimento revolucionário espalhou por todo o país e graças ao vosso regime de comando liberal e justo, rapidamente afirmou de maneira positiva, determinando um mais profundo amalgamento, se se pode dizer assim, do espírito de solidariedade mútua, entre os membros da corporação.
- Não estabelecestes distinções para efeito de promoção a postos superiores, entre oficiais de qualquer corrente ou credo, premiando indistintamente a capacidade individual; a muitos deles, afastados por circunstâncias varias, reintegrastes em cargos elevados, mesmo de comando e lhes cometestes missões de confiança.
- Aos camaradas nossos que, por motivos conhecidos, dissentiram do programa revolucionário, tomando atitude de hostilidade franca ao governo do Estado, em abril findo, nem por isso os combatestes com represálias violentas, mas, muito ao contrário os cercastes de benevolências e atenções, manifestando-lhes as prerrogativas militares devidas a seus postos e funções, pleiteando-lhes ainda, junto ao eminente dr. Getúlio Vargas, o clarividente chefe do governo provisório, os benefícios de uma anistia ampla e irrestrita, para que nenhum ressentimento houvesse, nenhuma magoa sobrevivesse, nenhum malefício restasse, que pudesse conturbar a integridade da corporação ou a paz interna do Estado.
- Mas não só a Força Pública se restringiram os benefícios de vossa administração honesta e bem intencionada:
- Ao assumirdes a chefia da Secretaria da Segurança encontrastes o Presídio da Imigração repleto de presos políticos, civis e militares, junto aos quais inaugurastes uma política de justiça e de reparação, libertando-os pouco a pouco, dessa reclusão em massa, de maneira a criar em torno ao governo revolucionário do Estado um ambiente de confiança e simpatia relativas.
- Voltando vossas vistas para a nobre classe da Polícia Civil, organização essa que sempre foi um atestado claro de nosso esforço civilizador, reintegrastes em seus postos diversos dos elementos afastados por feito do movimento de Outubro.
- À Guarda Civil, também, a novel criação urbana que já tão bons serviços têm prestado ao Estado, concedestes as vantagens e as garantias de que gozam os demais funcionários públicos do Estado, mormente no que respeita a licenças e aposentadorias.
- Por outro lado amparastes, com o espírito de benevolência, que é o traço mais forte de vosso temperamento moral, camaradas nossos, alguns de altas patentes que, em virtude do mesmo movimento, se viram envolvidos em processos, ameaçada a sua liberdade individual com mandatos de prisão e, na perspectiva de condenação certa, dadas suas ligações estreitas com elementos representativos do regime político deposto.
Já vai por demais longa, como se vê, esta resenha de serviços e julgo ocioso chamar a atenção para os demais atos de vossa administração modelar, porque eles estão de sobejo no domínio do conhecimento público.
Enumerei-os em maioria, unicamente para que vosso esforço seja compreendido, vossa boa vontade reconhecida na justa medida e julgada com superioridade de vistas, com isenção de ânimo, sem partie-pris.
Defensor leal e generoso de nossa causa, pelo vosso prestígio pessoal e por vossas iniciativas, tendes mantido intactas a integridade material e moral da corporação e a elevado ao nível a que justamente correspondem seus merecimentos e seu longo passado de serviços relevantes prestados a causa pública.
Sempre vos tivemos como amigo, repito, mas de um ano a esta parte vossa personalidade, para nós, tem se destacado em valor, avultado em merecimento, culminado em nobreza, porque nos achamos de novo, na rota do destino comum, colocados na mesma trincheira da defesa direta dos interesses sagrados do Estado de São Paulo cuja segurança é uma das maiores glórias de nossa vida obscura de soldados.
Nós fazemos justiça, General, ao vosso caráter de benevolência: quando, ao sopro de paixões desencadeadas, tivestes em mãos todo o poder para destruir e para cevar rancores, construístes e pacificastes.
E reconhecemos vosso espírito de sinceridade desde que galgastes o poder nossa mão, para nós, nunca teve um gesto que não fosse de fraternidade; nunca se levantou que não fosse para beneficiar.
Mesmo nos casos em que tivestes de agir contrariando conveniências particulares, mesmo assim, procurastes atenuar a dureza do gesto fazendo compensações liberais que, não ferindo propriamente direitos acautelavam, por outro lado, perfeitamente bem, os interesses superiores da revolução.
Estas palavras não encobrem lisonja a vossa pessoa, General, mesmo porque esse artifício exterior do sentimento não fica bem na boca do soldado.
Nem tampouco expressam uma dedicação pessoal, fanatizada e cega, incompatível com o vulto de nossas responsabilidades públicas e com os nossos princípios individuais de homens livres.
Proclamam, isso assim, a simpatia que vos dedicamos e a solidariedade que hipotecamos a vossa atuação superior, no exercício de vossas funções públicas.
Sois uma das figuras centrais da revolução da qual fostes, em parte, precursor e realizador e nem todos nós que aqui estamos tivemos a honra de fazer parte das fileiras que comandastes. A maioria mesmo vos combateu em São Paulo, em Goiás, em Mato Grosso, na Bahia, no Ceará, aos quatro ventos, portanto, dos horizontes nacionais. Porém vós bem sabeis que nunca combatíamos propriamente a vós, mesmo, mas cumpríamos unicamente um dever indeclinável de nossa profissão. Agora, todavia, temos a satisfação de ver que volta de novo a ser comum o nosso destino.
Na transição delicada por que passa o Brasil no momento, bem vedes que estamos todos ao vosso lado, sinceramente, lealmente para que a obra de regeneração política se processe com serenidade, amplamente, sem colapsos perigosos e para que possamos evoluir rapidamente para o regime constitucional, que é o único governo digno de um povo civilizado e culto.
Valendo-me desta oportunidade em que se comemora, em todo o território da República o primeiro aniversário da vitória da causa nacional e quando se encontrar reunidos quase todos os oficiais da corporação, quero fazer, na pessoa do ilustre general Góes Monteiro, digno comandante desta Região Militar, um dos mais esforçados chefes do movimento revolucionário de outubro passado e que, nos honra com sua presença, quer fazer, repito, uma saudação sincera e ardente ao glorioso Exército Brasileiro a cujas fileiras nos orgulhamos de pertencer, como tropa auxiliar de primeira linha.
Tanto maior é a nossa satisfação em fazer este brinde quando podemos proclamar serem os mesmos os nossos ideais e os mesmos os nossos esforços objetivos patrióticos que se resumem no esforço desinteressado e constante para a defesa da pátria comum brasileira.
Aliás, a história mesma vale com um atestado eloquente de que essa comunhão de ideias nunca deixou de existir e sempre se positivou como ação em todas as ocasiões em que nossa colaboração foi julgada necessária e útil.
Essa solidariedade histórica, estamos certos, jamais será quebrada, mormente agora quando, aos vínculos seculares do passado se acrescenta a participação ativa e valiosa prestada por elementos de nossa tropa e em grande número, a causa da revolução, desde seus impulsos iniciais.
Estendo esta saudação a nobre e invicta marinha de guerra nacional, representada aqui pelo senhor contra-almirante Tancredo Gomes e seus ilustres oficiais da segunda divisão naval, em rota para o Rio Grande e, no momento, no desempenho de uma alta missão de confraternidade entre as tropas armadas do sul da República.
Vou terminar, General, fazendo-vos entrega desta espada, símbolo de vosso poder e de vossas altas funções de general da República, para que ela vos faça presente, de forma concreta, os nossos sentimentos de cordialidade a vosso respeito.
E não se veja nisto uma retribuição material de benefícios, mas um gesto de satisfação muito natural pela vossa ascensão a posto tão alto e de reconhecimento profundo ao chefe valoroso, um dos mais destacados lideres da revolução, expressão de alto valor militar, modesto oficial da Força Pública de São Paulo que, não obstante, é certo que faz honra ao glorioso Exército do Brasil.
Nesta espada, General, se contem gravadas quatro datas históricas, a saber:
1922 – nos primórdios da jornada revolucionária – quando se agrupavam as primeiras ideias, se desenvolviam as primeiras iniciativas, se compulsavam as primeiras energias, quando tocava a reunir para os primeiros defensores da grande causa. É a data da gênese do movimento regenerador.
1924 – quando a semente, já desenvolvida ao sopro do despotismo, rebentou com vida exuberante, lançou raízes fundadas na alma do povo e frutificou frutos ensanguentados nas ruas de São Paulo e nos sertões lendários do Paraná. É a data da maturação do espírito revolucionário.
1927 – Quando, após a arrancada épica da coluna estoica que comandastes através o imensurável hinterland brasileiro vos internastes na Bolívia, na esperança de que o Governo Federal, fazendo justiça ao esforço maravilhoso, inaugurasse um regime de administração mais patriótico e mais conforme as aspirações nacionais. É a data da renuncia expectante e do exílio voluntário.
1930 – Finalmente, quando a ideia redentora, tendo penetrado, com um raio de luz, na consciência do povo brasileiro, permitiu o levante da nação em armas, perdidas todas as esperanças de uma evolução pacífica que orientasse os governos sobre rumos mais acertados. É a data do triunfo.
Esta espada eu vô-la entrego, General, para que ela possa manter entre nós laços indissolúveis da mais perfeita e duradora solidariedade. E em nome dos meus camaradas faço votos ardentes para que permaneçais ainda por muito tempo no comando desta corporação militar disciplinada e patriótica, desta tropa maravilhosa de energia, de valor e de eficiência, que é um dos mais sólidos fundamentos da grandeza nacional.
Ontem, como hoje e como sempre, estaremos firmes, unidos e coesos, no cumprimento rígido do dever para que, no seio da paz que gera o progresso fecundo, se possam cumprir com serenidade os altos destinos de um São Paulo maior, no arco-bouço de um Brasil forte, regenerado e indivisível.

A espada está no Regimento de Cavalaria 9 de Julho


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