Deus, outro dia estava no meu escritório, fui até a janela e olhei para fora. Era de noite, chovia muito, foi então que me dei conta de quanto lhe sou grato. Percebi que eu não estava do lado de fora, sob a chuva e exposto ao frio. Eu estava do lado de dentro da minha casa, protegido sob um telhado, uma laje, quatro paredes e uma janela. Também tinha luz elétrica, água, sofá, telefone, internet, café, cigarro, comida. Tinha também minha família. Ela estava protegida de tudo o que tinha lá fora. Percebi de novo o quanto lhe devo de gratidão. Depois disso apaguei a luz e fui me deitar na minha cama em meu quarto. Foi então que percebi de novo que lhe devo muito, pois estava deitado sobre um colchão novinho, sobre uma cama, coberto por um edredom e com a cabeça recostada sobre o travesseiro, protegido por um teto. Sentimento de paz pairou sobre mim, não sei se lhe agradeci o suficiente, sei que senti que nada me pertencia, senti que tudo me é emprestado para que eu viva bem e confortavelmente. Por isso lhe sou grato, por tudo o que me concedeu para a minha vida. Pela saúde que tenho, pelo alimento que posso comer, para onde posso ir e todas as outras coisas que me permite ter para viver.
Deus, Você representa tudo em minha vida, pois tudo o que existe ao meu redor me foi emprestado por Você e lhe sou grato por isso. Muito obrigado.
Cabe a mim fazer uso disso para tentar confortar outros corações que precisam de conforto. Cabe a todos que tem as mesmas coisas ou mais, fazer a parte deles para aqueles que não têm nada, para aqueles que ainda não receberam o mínimo ou para aqueles de quem lhes foi tirado tudo. É por isso Deus, que lhe escrevo essa carta, para que saiba que eu sei, que entendi a sua mensagem.
Seu filho, Yuri Abyaza Costa
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