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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

O velho na colina

Subindo até o topo da vida Sentado no topo da montanha O velho vislumbra sua façanha O vento tremula seus cabelos Sua visão embaça os pesadelos Seu cabelo branco na entranha A memória apenas o acompanha Recorda do mundo de antanho Recheado de ato obsceno Mergulhado no seu rebanho Faz sinais faz aceno Tudo parece estranho Para que morrer ao sereno Ah velho desgraçado Seu coração abonado De sentimento deteriorado Vida pura de enfado Monte de palavra tacanha Reflita agora no topo da montanha Sabe do seu destino Fruto do desatino Vestido do manto albino Vida de cavaleiro andino Sua cova “És tu camino” Sua vida não és um hino Teus filhos te desprezam Seus passos embelezam Isso por que prezam A ira que lhes enfezam Que saudade da mocidade Agora morra na enfermidade Arrependimentos, sei que teve Só porque não se conteve Seu filho não o deteve Conviva com isso, coragem Pois não teve a dosagem A serviço da sua galopagem Não se sinta preso Liberte-...

Doce ilusão de um desiludido

Viva a sua vida Lembro-me de você. Era uma criança linda em todos os sentidos. Amava seus pais, respeitava-os com dedicação. Procurava atender aos desejos deles. Queria-os bem e eles a você. Você brincava com os personagens da sua imaginação. Mantinha-os por perto, porque eles eram seus amigos verdadeiros. Você cresceu um pouco, foi para a escolinha, teve amigos de carne e osso, que as vezes confrontavam as ideias deles com as suas, que eram diferentes. Foi a partir dessa convivência que você começou a perceber as diferenças entre as pessoas. Por isso, começou a criar o seu próprio mundo, começou a fortalecer ainda mais o seu universo de imaginação, que era mais feliz do que o mundo das pessoas de carne e osso, porque esse mundo de pessoas de carne e osso é dolorido, já que todos desejam tudo e tudo não pode ser de todos, porque o tudo sempre acaba e todos ficam sem nada.  Lembro-me também que você foi crescendo, conhecendo mais coisas e lugares e mais pessoas. As coisas...

Sentindo la no fundo

Ser feliz é prioridade Sobre a esteira rolante Caminhamos adiante O corpo a mente, num instante Apenas avante Num caminhar irrelevante Porque por mais infante Já cambaleante Só resta o caminho restante Que frustrante! Passos largos ou lentos Derramamos suor e lamentos Sobre aqueles pensamentos Que antes sedentos Hoje são só desalentos Ah! Tão claro os sofrimentos Passos rápidos ou lentos Tanto faz os momentos Tem os mesmos comprimentos Recorda-te dos primeiros passos Trôpegos, entre laços Vergonhas e desembaraços Anos de cansaços Em busca de abraços Iludido pelos fachos Servindo como capachos Pondo-se feito quebrachos Coitado, só rechaços Perdeu toda a esperança Lembra-te que botava pança? Pois é, só lembrança De toda aquela aventurança Porque era jovem, era criança Punha-se como Oh! França..., Quanta "ignorança" Sinta a ponta da lança Já te feriu, nessa lambança Agora o que lhe resta? Nada mais presta Porque dessa festa Lambeu ...