O velho na colina
Subindo até o topo da vida |
Sentado no topo da montanha
O velho vislumbra sua façanha
O vento tremula seus cabelos
Sua visão embaça os pesadelos
Seu cabelo branco na entranha
A memória apenas o acompanha
Recorda do mundo de antanho
Recheado de ato obsceno
Mergulhado no seu rebanho
Faz sinais faz aceno
Tudo parece estranho
Para que morrer ao sereno
Ah velho desgraçado
Seu coração abonado
De sentimento deteriorado
Vida pura de enfado
Monte de palavra tacanha
Reflita agora no topo da montanha
Sabe do seu destino
Fruto do desatino
Vestido do manto albino
Vida de cavaleiro andino
Sua cova “És tu camino”
Sua vida não és um hino
Teus filhos te desprezam
Seus passos embelezam
Isso por que prezam
A ira que lhes enfezam
Que saudade da mocidade
Agora morra na enfermidade
Arrependimentos, sei que teve
Só porque não se conteve
Seu filho não o deteve
Conviva com isso, coragem
Pois não teve a dosagem
A serviço da sua galopagem
Não se sinta preso
Liberte-se do desprezo
A vida só é um peso
Sufocado de pensamento teso
Arrasta mais do que sobrepeso
Hoje velho, seu coração é indefeso
O fim está chegando
Já atingiu o topo da colina
Resta só a sua sina
Ouça a trombeta tocando
Vá, siga, não viva chorando
Pule ao futuro desabrochando
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