A Revolução Brasileira dentro de São Paulo

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A Revolução Brasileira dentro de São Paulo

Centro, Santa Casa, Mosteiro de São Bento e Liberdade.

Respondendo ao fogo dos legalistas, dois tiros de canhão lançados em direção ao Regimento de Cavalaria, que acabou acertando a chaminé da antiga usina de força da Light, os revolucionários responderam com fogo. O mapa da cidade estava errado, e as granadas revolucionárias atingiram o pátio do colégio Liceu Coração de Jesus, uma criança morreu e outra ficou ferida. 

Os bombardeiros aéreos e os canhões do governo arrasaram prédios inteiros em ruas como a São Luiz e a Libero Badaró, atingiram também a Santa Casa de Misericórdia. O Teatro Olímpia que estava repleto de crianças, mulheres e idosos foi atingido e totalmente destruído, mais de 30 pessoas morreram.

Aclimação, Vila Mariana e Ipiranga.

Desde o início da revolta, o Ipiranga ficou ocupado por marinheiros legalistas que vieram do Rio de navio rumo a Santos e dali seguiram para a capital pela ferrovia. A partir do Ipiranga, as tropas legalistas ocuparam a Vila Mariana e a Aclimação, mais próximas do centro, atacaram as posições rebeldes na Av. Paulista, na rua Vergueiro e no Cambuci, onde os revoltosos resistiram escarnecidamente na Igreja de Nossa Senhora da Glória, onde mortos foram enterrados. A Igreja sofreu danos.



Penha, Guaiúna e Vila Matilde.

Tropas federais vindas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Nordeste, entre soldados do Exército e Polícia, ocuparam a Penha. Deste bairro e da região de Guaiúna, mais para o extremo da zona leste, partiam os aviões que bombardeavam a cidade. Desse mesmo local partiam as granadas dos canhões 155mm que eram disparados a esmo pela capital, sobre alvos civis, o que desrespeitou as leis internacionais de guerra. Da Penha partiram também os tanques de guerra que o governo enviou. Esses tanques foram repelidos no Belenzinho pelos batalhões estrangeiros formados por italianos, alemães e húngaros que foram convocados para a revolução.

Brás, Moóca, Hipódromo e Belenzinho.

Os bombardeios aéreos e os canhoeiros governistas miravam - muito mais do que as posições ocupadas pelos revolucionários, no centro e nas zonas norte e sul - os bombardeios atingiram também bairros operários onde se concentrava a colônia italiana. quarteirões inteiros foram arrasados e centenas de pessoas morreram. em um só dia foram sepultados 264 corpos. Algumas famílias não puderam enterrar seus mortos nos cemitérios, porque eles estavam superlotados, o que obrigou as famílias a enterrar os mortos no quintal das próprias casas. Dezenas de fábricas foram destruídas. A Antártica, o Cotonifício Crespe e a Duchen de biscoitos. Nem na Primeira Guerra Mundial houve bombardeio contra civis, esse episódio foi inaugurado em São Paulo, pelos legalistas da época e repetido na Segunda Guerra Mundial 21 anos depois.

Luz.



Inicialmente os revolucionários ocuparam todos os quartéis da Força Pública, da Luz, os da Av. Tiradentes. Centenas de pessoas abandonaram a cidade, dos 700 mil habitantes da época, mais de 300 mil deixaram a capital rumo ao litoral e interior. Quem ficou na cidade passou privações como a falta de comida e a falta de água, o que resultou nos saques aos mercados e distribuidores de hortifrutigranjeiros.

Campos Elísios.

Os revolucionários que exigiam a instauração da democracia plena, eram comandados pelo general Isidoro Dias Lopes e pelo major Miguel Costa, da Força Pública Paulista.

Os lugares:



Viaduto Santa Ifigênia - Av. São João - Rua Líbero Badaró, Viaduto do Chá, Rua São Bento, Rua Direita - Rua Quinze de Novembro - Largo do São Bento Praça Clóvis Bevilacqua - Campo de Marte - Palácio dos Campos Elísios - Estação Sorocabana - Estação Sorocabana - Cemitério da Consolação - Mosteiro de São Bento - Rua Vergueiro - Aclimação - Vila Mariana - Ipiranga - Liberdade - Cambuci -  Moóca - Hipódromo - Estação do Brás - Estação da Luz - Belenzinho - Belém - Penha - Vila Matilde.

Tudo isso durou 23 dias. O que é de lamentar é o quadro que alguns historiadores pintam, principalmente os da corrente comunista. Eles afirmam em suas teses de doutorado que a Revolução Brasileira e os combates na cidade de São Paulo não foram nada comparado com o levante do Rio Grande do Sul que ocorreu 3 meses e 23 dias depois do levante em São Paulo. Afirmam pejorativamente em seus livros que os revolucionários paulistas fugiram, sem descrever pormenorizadamente o que de fato ocorreu nesta capital paulista. 


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