Bloco de Gesso: Como Tudo Começou
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Bloco de Gesso: Como Tudo Começou
População inventa casa de gesso
Fonte: O Estado de S. Paulo
Ideia de moradores da periferia de Araripe é encampada pelo Sindugesso, que mostra protótipo na Feicon 2008
O protótipo de edificação exposto na Feicon deste ano nasceu da criatividade na busca por moradia pela população brasileira. A casa de gesso, montada pelo Sindicato das Indústrias de Gesso do Estado de Pernambuco (Sindusgesso), com 40 m² e custo 30% menor do que a de blocos de alvenaria, foi construída pela primeira vez por moradores da periferia de Araripe (PE), onde está o maior pólo gesseiro do País, responsável por 95% da produção nacional.
O especialista em imóveis na Feicon – Casa feita de gesso está na Feicon, apresentada pelo Sindicato do Gesso de Pernambuco
“Eles usaram sobra de blocos de gesso comuns, encontrados no varejo e vendidos para construção de paredes de vedação”, conta o professor Carlos Wellington Pires, coordenador de pesquisas do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep). Pires foi chamado para adequar o sistema às normas construtivas. “Alteramos a composição do bloco, que agora é hidrofugado (expulsa a água), e criamos parâmetros para a fundação e proteção contra a água”, explica.
O presidente do Sindusgesso, Josias Inojosa Filho, conta que tudo começou em 2004, quando a região foi atingida por fortes chuvas. “A inundação derrubou muitas casas de alvenaria. Apenas as de gesso resistiram, sem infiltrações ou rachaduras.” A resistência das moradias chamou a atenção da Philips do Brasil, que por meio da Ong suíça Florindon, captou os recursos e fez um convênio com o Sindusgesso. “Construímos 200 casas com a fiscalização da Companhia Estadual de Habitação (Cehab), entregues aos desabrigados em 2005”, conta.
Agora, a Caixa Econômica Federal acompanha a construção de 60 casas em Trindade (PE), que servirão de base para o processo de aprovação do financiamento de outras 700 habitações no Araripe. Ainda em Trindade, foram construídos três postos de saúde de gesso a R$ 80 mil cada um. “O orçamento da prefeitura, de R$ 250 mil, era para uma unidade”, explicou Josias.
As vantagens do sistema estão na rapidez da construção, no fato de dispensar o reboco e no desempenho do material, que não propaga fogo e é um ótimo isolante termo acústico. Os imóveis de Ouricuri, Ipubi e Araripina, por exemplo, com 42 m², foram feitos em dez dias e custaram R$ 12 mil.
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