Discurso completo do ato solene sobre a Revolução de 1924 na ALESP 07/06/2024

Yuri Abyaza Costa  ao lado dos bustos e quadros do Gal. Miguel Costa

 

Senhoras e senhores, muito boa noite.


Quero começar agradecendo a presença de todos essa noite, especialmente ao Deputado Mauricio Maurici, e toda a sua equipe, que providenciou esse ato solene de suma importância, porque resgata origens da nossa história, e mostra a cada um de nós a capacidade dos nossos antepassados, dando-nos um norte, para onde devemos seguir. São muitos os nomes para pronunciar, por isso, considerem-se agradecidos, pois se não fosse pela presença de cada um de vocês aqui, nada disso teria sentido. 


Para mim, hoje, é uma noite solene muito especial, isso porque, durante 26 anos da minha existência, tempo esse que convivi com meu saudoso pai, o professor Miguel Costa Junior, vivenciei, cotidianamente, ouvindo a história da Revolução Brasileira de 1924.


Toda a semana aparecia em casa no mínimo um jornalista para entrevistá-lo, e eu ainda garoto, era chamado para ouvir a entrevista e servir o vinho que meu pai tanto gostava enquanto contava a história que ele amava e que também viveu, por um tempo, junto de seu pai, o General Miguel Costa, antes que seu pai, que também tinha o apelido de velho, e a Revolução, partissem de São Paulo para operar em outro campo de batalha, seguindo para o interior do Estado e depois para o Oeste paranaense, e mais, por quase todo o Brasil e por mais de dois anos. 


Antes de falecer, no ano 2000, aos 89 anos de idade, meu pai me incumbiu de continuar o seu trabalho até o dia 5 de julho de 2024, dia, mês e ano que a Revolução de 1924 cumprirá a sua pena de 100 anos. Digo pena de 100 anos, porque foi posta em sigilo de 100 anos, pois a Revolução de 1924 é uma cartilha que ensina como derrubar governos.


Depois de um século, que se completará no mês vindouro, será libertada dos grilhões do silêncio a que, forçosamente, foi submetida, contra a sua vontade, e sufocada pelo poder da caneta da ignorância e do medo, que há decênios assina os papéis que regem os destinos da nossa sociedade.  


O dia 05 de julho de 2024 se aproxima, e não há mais caneta que possa assinar tal maldade imposta a essa revolução. Já posso senti-la vestindo-se das roupagens da liberdade, pois foi esse um dos motivos que desencadeou tal revolução: esse motivo é a liberdade de um povo, o povo brasileiro. 


Ironia da história, ou não, tanto faz, o importante é que o tempo, esse sim, juiz justo e severo, na hora certa, assina sentença e o réu é colocado em liberdade, devolvendo-lhe a dignidade perdida enquanto cumpria a pena a que foi sentenciado.


Acredito que cabe aqui destacar algo muito importante e ignorado por muitos. 


O movimento revolucionário de 1924 iniciou-se no dia 05 de julho daquele ano, exatamente às 05 horas daquela fria madrugada da antiga terra da garoa. Miguel Costa, na ocasião, major do Regimento de Cavalaria, subiu as escadarias do antigo Regimento e de revólver em punho invadiu a sala do comandante e deu-lhe voz de prisão. Como resposta, o comandante do Regimento exclamou:


  • O que é isso Miguel, somos amigos!

  • Meu único amigo agora é a revolução - respondeu Miguel Costa, e prendeu o comandante.


Desceu as escadarias, montou no cavalo do comandante, mandou o clarim soar o toque de reunir e anunciou o que se passava. O toque de reunir era o sinal de que o Regimento estava tomado e que seus companheiros poderiam continuar o plano antes arquitetado. 


Eclodiu então a chamada Revolta Paulista. Foram 27 dias de intensos combates, tanques de guerra se deslocavam pelas ruas, formou-se a legião estrangeira, foram lançados os primeiros bombardeios aéreos das Américas e quase se concretiza a destruição completa da cidade de São Paulo, dos 700 mil habitantes, 300 mil abandonaram a capital, até que, não suportando mais a destruição da nossa cidade, ordenada pelo então Presidente Arthur Bernardes e chancelada pelo então Governador Carlos de Campos, os revolucionários resolveram se movimentar e levar a luta para campo aberto a fim de poupar o que sobrou da cidade e a vida dos civis inocentes. 


O desfecho dessa manobra conduziu homens e mulheres para o interior do nosso Estado e depois até o Oeste Paranaense, onde permaneceram (pasmem) por 9 meses à espera de apoio de outros Estados. Foram 09 meses de agonia, já que haviam apenas 2000 revolucionários para enfrentar 20 mil legalistas, era a luta de um homem contra 100 homens.


Foram momentos desgraçados numa guerra de posição e movimento travada entre revolucionários e legalistas, momentos que mereciam a confecção de um filme de estilo hollywoodiano, para presentear o mundo, mostrando-lhe, o que um homem é capaz de fazer quando a determinação pelo seu ideal é maior do que a vontade de viver.


Para homenagear o Regimento de Cavalaria, que gentilmente emprestou a espada de ouro de Miguel Costa, conto-lhes uma passagem dessa história, que mostra o ponto de degradação a que aqueles homens chegaram, tamanho o desespero causado pelas agruras da guerra. Só quem é cavalariano é capaz de descrever o amor que sente pelo animal que monta e nessa batalha de nove meses de misérias, cavalarianos tiveram que matar seus cavalos para devorá-los e não morrerem de fome. Você que tem ou já teve animal de estimação, imagine matá-lo e devorá-lo, assim entenderá o sentimento de quem já fez isso.  


Nos livros de história e em sites pela internet, fomos acostumados a ler mentiras e invenções, mentiras que ainda dizem que ao mesmo tempo em que se eclodia a Revolução em São Paulo, eclodia também no Rio Grande do Sul também. Uma inverdade histórica a ser reparada agora. No Rio Grande do Sul os movimentos revolucionários começaram no mês de outubro, portanto, três meses depois de terem se iniciado em São Paulo, e só nove meses depois é que os gaúchos do do Rio Grande do Sul chegariam ao Oeste paranaense para se juntarem aos paulistas.


Esses gaúchos seriam, até então, a chamada Coluna Prestes. 

Escreveu o advogado e capitão Lourenço Moreira Lima, em seu livro Marchas e Combates, volume um, página 538, “essa coluna chegou praticamente a pé, e sem alimentos, passando grande fome”, sem armas, sem munição, praticamente nus. Nessas condições, nada poderiam fazer a não ser se renderem ou se juntarem ao único destacamento ainda intacto e cheio de víveres, o Destacamento Miguel Costa, formado apenas por integrantes da atual Polícia Militar do Estado de São Paulo.


Escreveu o capitão João Silva em seu livro Farrapos de Nossa História, sobre Miguel Costa:


No Quartel General dirigiu toda a operação de recuos de tropas, patrulhas e desocupações das posições todas, o inteligente e ínclito gal. Miguel Costa. Um verdadeiro soldado, calmo, valente e audaz. Às vezes, quando o víamos, eu, Trifino Corrêa e Pedro Palma, o achávamos parecido com o gal. Osório; tínhamos a impressão de que a alma do legendário gaúcho encarnava naquele general. Viâmo-lo algumas vezes montado naquele cavalo grande tordilho com seus oficiais luzidos do Estado Maior, e o admirávamos com orgulho. O gal. Miguel Costa sempre madrugava e se barbeava, era um oficial luzido e estava sempre pronto para tudo que fosse necessário; com muita calma ele resolvia todas as questões que dele depedendessem, e Prestes e toda a oficialidade superior e inferior gaúcha o admiravam e o estimavam. Quando ele passava pelos acampamentos, a presença daquele homem chamava a atenção, desde o último soldado humilde ao mais alto graduado. Parece que víamos naquele homem um verdadeiro condutor de homens para os campos da glória; tinha um quê de grande e de predestinado. 


Farrapos de Nossa História, Silva, João p.74



Nesse momento histórico único e que jamais se repetirá, já exaustos, e quase nas mesmas condições dos gauchos recém chegados, encontrava-se também os remanescentes dos combatentes do Exército brasileiro, que já se preparavam para emigrar para o Paraguai e Argentina. 


Inconformado por ter caminhado por vários meses com a sua Coluna, atravessando penosamente os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina até chegarem ao Paraná, o então capitão Luís Carlos Prestes não pôde se conter ao ver a cena de derrota da revolução que já não suportava mais os confrontos com um número muito superior ao seu efetivo. Subiu em um caixote e discursou eloquentemente a fim de reavivar os ânimos daqueles que já se sentiam derrotados.  


Armada, animada, municiada, vestida e bem alimentada, encontrava-se o Destacamento Miguel Costa. O Comando Geral da Revolução, comandado até então pelo líder supremo, o Marechal Isidoro Dias Lopes, em uma reunião, decidiram que os gaúchos e paulistas se uniriam para formar uma só coluna revolucionária, a fim de marchar pelo Brasil, com o único intuito de manter acesa a chama da Revolução e fazer propagar pelos quatro cantos do país, a propaganda de que o Brasil precisava se levantar para evoluir. 


E assim, senhoras e senhores, começaria a saga da grande marcha, a maior marcha militar da história da humanidade, estudada até hoje por todos os exércitos do mundo e completamente ignorada pelo Brasil e pelos brasileiros. Em vossas cabeças, como podemos denominar tal situação?


Durante essa marcha, Miguel Costa, Luís Carlos Prestes, Juarez Távora, João Alberto Lins de Barros, Djalma Soares Dutra, Siqueira Campos, Lourenço Moreira Lima e tantos outros, desbravaram as terras desconhecidas do nosso país, e diante de seus olhos vislumbraram o que uma Nação inteira ignorava. O absurdo da escravidão, a arrogância do coronelismo agrário, a escassez de comida e de civilização nos mais distantes rincões do Brasil. 


Essas cenas mudaram a mentalidade e o objetivo do Movimento Revolucionário, não se tratava mais de simplesmente destituir um governo e instituir outro, tratava-se de um plano político de desenvolvimento para o Brasil. Foi então que perceberam que era por meio da política que conseguiriam alcançar tais objetivos, pois o Brasil era e ainda é uma colônia americana, tudo o que se fez até agora foi feito para o brasileiro (de fora para dentro) e pouco ou quase nada, fizemos nós por nós mesmos, de dentro para fora.   


Encerrada a Marcha em 1927, Prestes ficou na Bolívia, e lá foi cooptado pelos denominados ideais marxistas, Miguel Costa e João Alberto foram para a Argentina a fim de articular a continuidade da Revolução, já com outro objetivo.


Os Revolucionários precisavam de um nome para representar todos os seus novos objetivos, entre estes objetivos estava uma nova Constituição, que mais se aprumasse dentro da realidade de vida do povo brasileiro, por isso que costumo dizer que a primeira Revolução Constitucionalista do Brasil foi a de 1924 e não de de 1932, como se diz por aí. 


Reunidos; escolheram o nome de Luís Carlos Prestes, que foi eleito já em 1929 o novo Chefe da Revolução, substituindo o nome do Marechal Isidoro Dias Lopes. O que ninguém sabia, além de Prestes, eram suas novas ideias denominadas de comunistas, ideias essas rechaçadas imediatamente por todos os outros integrantes da Revolução, incluindo o seu melhor amigo, Siqueira Campos, como nos mostram os registros históricos escritos por eles em suas obras literárias também ainda ignoradas. 


Desfez-se assim o plano elaborado e com isso abriu-se um buraco no seio revolucionário, eles precisavam de outro nome, eis então que surge para preencher esse buraco aberto, o nome providencial de Getúlio Vargas que, apoiado pelos Revolucionários que ficaram do lado certo da história, ressurgem das cinzas com a chamada Revolução de 1930, também comandada por Miguel Costa, que numa oportunidade mágica, prendeu seu perseguidor de 1924, o Marechal Rondon, que na ocasião havia se oferecido ao ex-presidente Arthur Bernardes para massacrar os revolucionários em troca de anistia de impostos milionários que devia aos cofres públicos. 


Miguel Costa foi avisado de que o Marechal Rondon estava num trem que sairia do Rio Grande do Sul com destino incerto. Ao saber da notícia, dirigiu-se até a estação, adentrou o vagão, deparou-se com seu inimigo e deu-lhe voz de prisão. Espantado, Rondon levantou-se e exclamou:

- E quem é o senhor?

- Sou o general Miguel Costa - respondeu.

E Rondon tornou a exclamar: “o homem que eu tanto persegui e quis prender, me faz hoje o seu prisioneiro”!


Agora 200 mil soldados marcham em direção a São Paulo para confrontarem com as tropas legalistas, irmãos de farda e de ideais opostos, enfrentam-se em um combate sangrento marcado para acontecer ao meio dia do dia 25 de outubro de 1930. Com o bom senso que sempre acompanhou o velho e convicto espírita Miguel Costa, mandou que seu imediato confeccionasse uma carta de rendição a ser enviada ao seu oponente o General Paes de Andrade, e com uma única carta enviada ao líder legalista, Miguel Costa conseguiu vencer a Revolução sem que um único tiro fosse disparado.


O governo de Washington Luís foi desfeito e o Brasil tomado na força da bala por tenentes de outrora. 


Pena que meu tempo é limitado, pois há muito mais a ser dito, porque isso não foi tudo. Faltava a política, muito bem explicada por Miguel Costa em seus vários textos dispersos em inúmeros arquivos públicos pelo Brasil. 


Miguel Costa fundou em 1931 a Legião Revolucionária. O início do que viria a ser um partido político, primeiro com o nome de PPP (Partido Popular Paulista) e depois PSB (Partido Socialista Brasileiro), também fundado por Miguel Costa em 1931.


Mas eu gostaria de mostrar às senhoras e senhores, resumidamente, porque Miguel Costa recebeu a Espada de Ouro aqui hoje exposta para ser admirada, pois é o símbolo do que Miguel Costa fez por São Paulo em apenas um ano de governo. 


1 Reorganizou a Força Pública dividindo-a em batalhões de caçadores, com a criação de unidades novas, o que veio aumentar sua eficiência e sua elasticidade de manobra.


2 Promoveu a organização do Estado Maior, uma das velhas aspirações da classe, dando-lhe uma unidade cerebral diretora e preenchendo assim uma das maiores lacunas de que se ressentia essa organização militar.


3 Instalou o Quartel General, em um prédio amplo, moderno, higiênico e confortável, dando assim a administração central da corporação, sede condigna.


4 Realizou, sem ônus algum para o Estado, unicamente graças à sua capacidade administrativa, a equiparação dos vencimentos da Força Pública aos do glorioso Exército Nacional, de forma a colocar a Força Pública ao nível de outras corporações similares do País que, de há muito, usufruem desse benefício.


5 Melhorou consideravelmente a lei de reformas, permitindo a renovação mais rápida dos quadros, (o que é um estímulo poderoso ao trabalho,) e o afastamento para a vida civil com mais tranquilidade, decência e conforto.


6 Reorganizou o Centro de Instrução Militar, para que, dessa forma, melhor se realizasse a educação e a cultura profissionais dos quadros e da tropa.


7 Levantou a Liga de Esportes da Força Pública e do Clube Militar, organismos estes que visam desenvolver e sistematizar a educação física, bem como permitir que se processe uma mais íntima aproximação e para que laços de solidariedade mais estreitos se estabeleçam entre todos os elementos da corporação.


8 Patrocinou a reorganização da Biblioteca que se transformando em instituição especializada, ganhou aspecto de utilidade real, além de melhor satisfazer as necessidades coletivas, dos pontos de vista técnico e educacional.


9 Remodelou e ampliou a Imprensa do Quartel General, em moldes de grande eficiência moderna.


10 Criou o Ambulatório destinado ao diagnóstico e tratamento dos casos incipientes, bem como a orientação científica da profilaxia do mal.


11 Determinou a criação da Enfermaria, em um dos pavilhões do Hospital Militar. 


12 Mandou fazer os estudos para a construção do hospital para tuberculosos no Barro Branco.


13 Para essa construção, economizou verbas orçamentárias a quantia vultuosa de 250 contos de réis destinada à construção


14 Concedeu ainda diversas vantagens tendentes a melhorar a contagem do tempo de serviço público, como sejam a averbação dos serviços prestados durante a epidemia de gripe de 1918 e em dobro o período de licença de seis meses a que se refere a lei correspondente.


15 Criou a fundação de colônias militares em fazendas do Estado, a construção de quartéis higiênicos e modernos, a regulamentação da nossa justiça militar, com foro próprio e recurso de apelação para instância superior de julgamento, de forma a que o direito melhor seja reconhecido, a vida pública mais garantida, a defesa individual melhor assegurada.


16 Fixou precedentes de liberdade, de independência, de tolerância e de dignidade profissional, fatos estes que de muito vieram a elevar a mentalidade e a moralidade da classe.


17 Operou pela descentralização do trabalho.


18 Não estabeleceu distinções para efeito de promoção a postos superiores, entre oficiais de qualquer corrente ou credo, premiando indistintamente a capacidade individual; a muitos deles, afastados por circunstâncias várias.


19 Reintegrou em cargos elevados, mesmo de comando, os que contra ele lutaram e lhes atribuiu missões de confiança.


20 Encontrou o Presídio da Imigração repleto de presos políticos, civis e militares, junto aos quais inaugurou uma política de justiça e de reparação, libertando-os pouco a pouco, dessa reclusão em massa, de maneira a criar em torno ao governo revolucionário do Estado um ambiente de confiança e simpatia relativas.


22 Reintegrou a seus postos vários membros da Polícia Civil, dando a eles os merecimentos que pleiteavam, mesmo os que lutaram contra a Revolução. 


23 À Guarda Civil, também, concedeu as vantagens e as garantias de que gozam os demais funcionários públicos do Estado, mormente no que respeita a licenças e aposentadorias.


24 Amparou com o espírito de benevolência, os que se viram envolvidos em processos, ameaçada a sua liberdade individual com mandatos de prisão e, na perspectiva de condenação certa, dadas suas ligações estreitas com elementos representativos do regime político deposto.


Senhoras e senhores, acreditem, Miguel Costa fundou a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e foi seu primeiro Secretário, ao mesmo tempo, Comandante Geral da Força Pública e o único General da ativa Polícia Militar do mundo. 


Diante da bondade e de todos os feitos de Miguel Costa, a oficialidade da Corporação fez uma vaquinha para confeccionar essa espada de ouro, símbolo do trabalho, liderança, força de vontade, honestidade e sacrifícios, hoje, protegida por sua grande família, o Regimento de Cavalaria 09 de Julho, que na minha opinião, poderia partir da iniciativa de algum deputado, um projeto de lei para mudar de nome para Regimento de Cavalaria Gal. Miguel Costa, onde foi forjado o caráter desse herói brasileiro, já que, em resumo, homenagear uma data celebra um acontecimento importante, enquanto homenagear um nome de uma pessoa reconhece as qualidades ou conquistas de um indivíduo.  



E quero aproveitar e registrar também a necessidade de o governo paulista voltar seus olhos para a Revolução de 1924 e construir um monumento da altura, envergadura, coragem, brio, estoicismo, elevação de caráter e da dignidade humana, para que essa história nunca mais seja esquecida, a fim de servir de exemplo para as gerações futuras, tanto de políticos quanto de militares, para que tenham um norte de suas ações, ao nos substituir no futuro.  


Miguel Costa fez tudo o que um homem pode fazer e que está ao seu alcance, morreu em pé, prestando continência à plateia que o ovacionou depois de ter respondido às perguntas que lhe foram feitas sobre o maior feito militar das Américas. 


E em relação aos homens, general? Qual deles ficou gravado na sua lembrança, de que companheiro o senhor mais se recorda? - Perguntou-lhe Manoel de Nóbrega no programa de televisão Não Durma no Ponto, da antiga TV Paulista. 

Miguel Costa baixa a cabeça por alguns instantes. Há nomes famosos, vivos ou mortos, que cruzaram a sua história com a dele. Tem-se a impressão de que ele procura pesar os valores, medir a ressonância dos nomes. Não poderia pensar. Sua voz se ergue trêmula: Respondeu Miguel Costa.


- Os companheiros que vivem na minha memória são os companheiros mortos. Todos que tombaram na luta, anonimamente, sem outra recompensa que a consciência de saber pelo que morriam. Esses são os companheiros que vivem na minha memória, esses os companheiros que não esqueço, nem poderia esquecer.


Muito obrigado. 

Comentários

  1. Parabéns, Yuri, que a memória do General Miguel Costa seja mais valorizada pela população brasileira e pela PMESP.

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