La se vai o Osmar Nunes
Dr. Osmar Nunes (lhes diz) |
Foi só na semana passada, precisamente no dia 01 de setembro de 2024, que fiquei sabendo da passagem do meu querido amigo Osmar Nunes, que viajou deste plano carnal para o plano espiritual, no dia 24/08/2024, em seu sítio, às margens da BR 116, um lugar paradisíaco que ele mesmo construiu para curtir a vida junto da família, natureza e amigos, dos quais ele tanto gostava.
Osmar Nunes, ou apenas Osmar para os mais chegados, ou Dr. Osmar para seus clientes da advocacia, que exercia com excelência, era um amante da vida! Seu prazer era viver e agora que não está mais aqui entre nós, posso contar algumas coisas a respeito dessa pessoa incrível, marido exemplar, pai excepcional e amigo para todas as horas.
Quando o conheci na década de 1980, ele tinha uma loja de móveis na Avenida Celeste, uma bagunça só, mas a bagunça era só para quem via de fora, pois na cabeça dele, ele sabia onde estava o prego que tinha sumido do guarda-roupa que o montador havia perdido. Estava eu e meu pai, o professor Miguel Costa Junior, que foi vender-lhe um espaço de anúncio no jornal O Debate - o único jornal decente da cidade.
Osmar era alto, grande, ossudo, forte, um gigante. Gostava de falar e falava sempre sorrindo, era difícil não se contagiar com aquele sorrisão encantador. Logo que terminou de ouvir meu pai, disse: "Miguel, eu também sou jornalista, eu quem escrevia todas as pautas para o radialista Gil Gomes, na máquina de escrever, e na época eu era mais novo, mas era eu quem fazia, eu datilografava 40 laudas todos os dias".
Quando escutei essa colocação, lembrei-me imediatamente da minha avó Cotinha, que na cidade de Registro, no litoral Sul de São Paulo, ficava ligada no rádio para ouvir as trágicas histórias narradas pelo inesquecível Gil Gomes e escritas pelo genial Osmar Nunes.
Pode-se dizer que o Osmar tentou de tudo um pouco nessa vida, até se acertar na advocacia - gostava de mexer com terras, talvez porque amava a natureza.
Lembro-me uma vez que estava em sua casa, na parte de baixo, onde criava chinchilas (acredite, é verdade). Além das chinchilas, ele também criava carpas, foi quando me perguntou o que eu achava daqueles peixes na piscina da sua casa. Respondi que ficariam lindas numa frigideira. Ele ficou indignado e deu um soco num saco de boxe dependurado no teto e me disse: "quando eu fico nervoso eu bato nesse saco aqui para aliviar a minha raiva" - continuou - "olha esse cachorro". Era um filhote de Fila (um baita de um cachorro) que ele havia encontrado na rua, quase morto. Osmar resgatou o "bichinho", que certamente o amava muito. Juro que eu não queria ser aquele saco de boxe.
Osmar Nunes era um homem de ideias e prática, não sabia ficar parado, parecia que carregava em seu peito a Pedra do Gênesis, que a tudo dá vida e cria movimento, só que no dia 24/08/2024, num sábado, em seu sítio, junto de sua esposa, ele disse: "eu estou tão em paz aqui" - e nesse momento, depois da sua fala, parece que como num chamado, sua alma desprendeu-se do seu corpo e voou para os Céus igual aos pássaros que ele tanto amava. Lá se vai Osmar Nunes, mais um grande amigo que se aposentou da vida para viver além dela, e seja lá onde estiver, certamente está fazendo alguma coisa, primeiro para não ficar parado, segundo para tentar voltar e alegrar nossas vidas.
Fica aqui a minha singela homenagem a esse homem incrível, que um dia verei em sua moto, fazendo trilha em alguma cachoeira no além.
À sua família, meus sinceros sentimentos.
Vc bem o descreveu... Eu consegui idealizá-lo em todas as passagens relatadas. Obrigada pela homenagem e parabéns pelo dom da escrita.
ResponderExcluirBelíssima homenagem Yuri, o descreveu fortemente e eu como filha agradeço , pois tivemos o prazer de ter um pai a mil por hora e ao mesmo tempo prestativo! Fabiane
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