Yuri Abyaza Costa

Onde mais podemos viver se não aqui na Terra? O homem conquistou o espaço e blá blá blá. "Para o alto e avante" - como diria o super homem. "Um pequeno passo para o homem e um grande salto para a humanidade" - Foda-se isso tudo. O homem tirou os olhos da Terra para olhar o espaço e se esqueceu da casa onde mora e focou na casa dos outros - é o símbolo da burrice.  Outro dia me perguntaram em qual planeta eu gostaria de morar. Minha resposta foi óbvia. "Quero morar na Terra mesmo" - respondi ao indagador - pois aqui na Terra tenho tudo, tenho o ar que respiro, a água que bebo, a refeição que me alimenta, as pessoas que amo e que me amam e meus bichinhos de estimação. Os pássaros, mar, floresta, chuva, vento, Sol etc - o que mais posso querer além disso e ainda por cima em outro planeta? Só idiotas para atearem fogo na própria casa a fim de buscarem abrigo em outras paragens. Vejo como se vários usuários de drogas tivessem grafitado a casa, arrancado as árvo...

  Alexandre Bentim Lembro-me do Alexandre Bentim desde que eu era garoto, e olha que já estou beirando os 50 anos. Alexandre era uma figura única, quando jovem, era bem apessoado, dono de um bigode que fazia inveja ao mais nobre conde europeu. Durante anos foi considerado um rei na cidade de Carapicuíba, onde exerceu o cargo de vereador por vários mandatos e de Presidente da Câmara, até que ele conheceu meu pai, o jornalista e professor Miguel Costa Junior que, com seu jornal O Debate, denunciava para o Ministério Público tudo o que meu pai considerava que fossem "trapalhadas" do Alexandre, que passou a odiar meu pai, porque até antes de cruzar o caminho do Miguel Costa Junior, a vida do Bentim era outra. Ambos se respeitavam, mas cada um no seu canto e no fim, cansados de lutarem por uma causa perdida, tornaram-se "amigos". Meu pai morreu no ano de 2000 e o Bentim teve que fazer um transplante de fígado e então sua vida mudou completamente. Eu e o Bentim sempre fom...

  Filipe Leão Sagulo Costa E lá se foi o Filipe Leão, esse era o nome dele, dado por seu pai, o meu irmão Jaime Santiago Costa. Filipe estava com 28 anos e completaria 29 no dia 19 desse mês de julho de 2021 - uma casa antes dos 30. Lembro-me dele ainda neném, gostava de animais de estimação, era um garoto do bem, amava a vida, a família, as pessoas, os amigos e principalmente as garotas e uma boa cerveja também fazia parte do seu repertório. Coisa que todo jovem saudável, no auge da experimentação da vida, do curtir, do aprender a "sentir o vento no rosto" - como se diz, gosta.  No clímax da juventude, bem empregado, morando sozinho por opção, começava a guardar seu dinheiro para concluir a faculdade e depois morar no exterior, casar, ter filhos, tornar-se útil para a sociedade e trazer muito orgulho para a nossa família, só que, como diz o ditado, "o homem põe e Deus dispõe" e nessa de Deus mexer em tudo, Filipe contraiu COVID-19 e em apenas duas semanas sua alma ...